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Mais maduros, 5G e integração de IA com IoT avançam em casos de uso

Ao abrir o Telco Transformation Latam 2024, o líder da Omdia apresentou números de pesquisas realizadas com empresas que compram tecnologias de comunicação e falou sobre perspectivas e tendências de adoção de internet das coisas e redes privativas.   


Roberta Prescott


A transformação digital vem amadurecendo e temas como 5G e inteligência artificial não são mais tratados como algo do futuro, mas, sim, do presente e com implementações acontecendo. Com essa tônica, Ari Lopes, líder das práticas de provedores de serviços para os mercados das Américas na Omdia, abriu o Telco Transformation Latam 2024, que ocorre nesta terça e quarta (20 e 21/8) no Rio de Janeiro. Lopes apresentou números de pesquisas realizadas com empresas que compram tecnologias de comunicação e falou sobre perspectivas e tendências de adoção de internet das coisas e redes privativas. 

 

Avaliando o mercado de internet das coisas, Lopes ponderou que já houve um hype maior e hoje as expectativas estão mais assentadas com o ecossistema se transformando de maneira a alcançar o amadurecimento das soluções. Entre as tendências, destaque para a convergência da inteligência artificial e IoT; a 5G RedCap abrindo caminho para crescimento de conectividade; eSim para IoT ajudando a prover maior flexibilidade e segurança; e o uso de satélite integrado à rede celular dando resiliência à IoT. 

 

“IA e machine learning são prioridades para internet das coisas empresarial”, disse, completando que 2024 é o ano em que as estratégias de uso corporativo de internet das coisas vão evoluir. 


Outra mudança significativa para IoT será o uso de eSIM/iSIM que vai ajudar a aumentar as conexões LPWAN permitindo uma maior cobertura de rede ao mesmo tempo em que permite a entrada de novos dispositivos. “Existe hoje uma dificuldade de ter roaming, o que causa um impacto grande em logística. O eSIM sendo integrado facilita a mobilidade dos chips, permitindo que as empresas carreguem perfis de diferentes operadoras”, explicou Lopes.


Para as empresas compradoras de tecnologia, uma das grandes vantagens é poder contratar o melhor serviço para cada uso, mas, para as operadoras, representa um desafio, porque elas deixam de ter o monopólio, já que o cliente vai ter liberdade de escolher outros provedores. A expectativa é aumentar a competitividade do mercado.


Com relação à 5G RedCap, o seu crescimento na China tende a impulsionar a tecnologia a florescer nos mercado ocidentais nos próximos anos. “Como 5G RedCap vem sendo adotado de maneira forte na China, isso ajuda a escalar e ajuda em custo. 2024 preparará o cenário para uma adoção mais ampla do 5G RedCap”, apontou, complementando que se trata de uma maneira de monetizar 5G, uma vez que endereça necessidades de casos de uso de grande largura de banda e baixa latência e casos de uso de baixa largura de banda e baixo consumo de energia.


Já sobre a integração de redes satelitais, Ari Lopes apontou que a própria Omdia avalia que o uso de satélite para IoT será pequeno, mas significativo. “Nós não acreditamos que será um grande mercado, mas será relevante em áreas onde não tem cobertura. É uma maneira simples e rápida de conexão e que vai viabilizar uma série de negócios”, justificou. 


Diante desse cenário, as recomendações para prestadoras de serviços de telecomunicações e parceiros incluem uma mudança de perfil para se tornarem mais consultoras, principalmente, em um cenário no qual a integração de novas tecnologias e serviços aparece como uma preocupação. “Se você olhar a cadeia de valor, a conectividade é uma pequena parte do bolo. Oferecer serviços de segurança, nuvem, aplicações são maneiras de aumentar a participação nesse bolo”, sinalizou.  



Adoção corporativa de 5G

As empresas ainda estão utilizando as redes 5G de forma mais tradicional, mas já começam a aparecer casos de edge cloud e redes privativas, segundo apontou pesquisa 5G ICT Enterprise Insights 2023 da Omdia que ouviu 6.600 tomadores de decisão de 62 países.  


Entre os benefícios percebidos de 5G, as empresas apontaram contar com dados em tempo real, o que confere suporte para trabalhadores que podem monitorar o desempenho das aplicações. “As empresas estão olhando para 5G como solução para melhorar a produtividade, tendo acesso mais rápido a dados, mas menos para criação de novos serviços”, analisou Ari Lopes. Há, contudo, barreiras a serem vencidas como a falta de dispositivos e módulos certificados para as diferentes indústrias, custo e dificuldade de integração com sistemas legados.  


Na adoção de redes privativas, houve um pequeno progresso para a rede 5G, que passou de uma adoção de 43% para 46%. “Para muitas empresas, 4G já traz muito retorno. 5G está no roadmap de muitas empresas, mas a adoção leva mais tempo”, analisou Lopes. Ele acrescentou que quem se posicionar como parceiro na integração com sistemas legados e proposta de custo adequada terá vantagem no mercado de redes privativas. 




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