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Metaverso vai além de realidade aumentada, mas 5G é fundamental

Por: Roberta Prescott


A chegada de 5G, aliada com a já em curso transformação digital, tem o poder de promover mudanças em setores inteiros e possibilitar novos — e inovadores — modelos de negócios. Nessa seara, o metaverso emerge como forte promessa, ao habilitar uma experiência imersiva no mundo virtual. “O metaverso ainda está na infância, mas tem muita empresa relevante investindo neste mercado. Não se pode pensar que a internet seguirá a mesma depois de 5G”, enfatizou Ari Lopes, gerente-sênior na Omdia, ao abrir o painel “ Próxima onda da transformação digital: Como o digital pode realmente transformar o mundo físico e levar tudo ao metaverso”, no segundo dia do Telco Transformation Latam 2022.

Marcio Carvalho, diretor-executivo de marketing da Claro, recordou que já tivemos uma experiência de vida virtual com o Second Life, há mais de dez anos. Ele também destacou que o metaverso vai além de colocar óculos de realidade aumentada e se pode ingressar nesse novo ambiente virtual por meio de diferentes dispositivos, incluindo TV e celular. “Acredito na integração do mundo físico com virtual, vamos ter coisas enriquecidas”, disse.

No metaverso, a maior oportunidade está ligada ao fato de ele ser um ecossistema inteiro e não apenas uma aplicação. “Lá, podemos ter desde real estate e construir imóvel, como a presença de marcas e fazer transações de e-commerce, que pode eventualmente chegar fisicamente na casa das pessoas. E, quando conectamos isso às criptomoedas, aos ativos digitais e a NFTs, temos possibilidades muito grandes de gerar negócios acessórios que são diferentes do que as operadoras fazem hoje”, ponderou Carvalho.

André Nazaré, diretor de infraestrutura e operações de TI da SKY, também ressaltou que o metaverso vai além da realidade aumentada, mas apontou que RA é um pilar importante para o ecossistema. “As coisas vão existir no metaverso e vão se cruzar com o físico. Estamos em momento com muitas frentes abertas; a tecnologia evoluiu e a conectividade tem propiciado um monte de coisas, mas o ponto é que ninguém sabe onde vai dar”, disse.

O consenso é que ainda tem muito a ser feito e que o pontapé inicial está na conectividade. Mas onde tudo isso vai parar? “Novos negócios vão surgir”, apontou Nazaré. “E explorar esses novos negócios, às vezes, será diretamente e outras com parceiros. É um mercado greenfield e têm oportunidades tanto no curto prazo, explorando a novidade, como no longo”, detalhou o diretor da Sky.

As telcos exercem um papel fundamental ao prover a conectividade em alta velocidade e baixa latência em 5G. Mas há desafios pela frente e o preço dos dispositivos é um deles. “O processo de implantação de 5G está acelerado. Quanto mais se adotar a tecnologia, mais ela rapidamente se desenvolve”, explicou o diretor-executivo de marketing da Claro.

A transformação digital impulsiona a adoção de metaverso, mas o resultado final é uma soma de todas as mudanças anteriores. “As ondas são cumulativas; uma acelera a outra. Por exemplo, o Pix foi um grande acelerador digital, porque ficou mais fácil pagar a conta, e a pandemia também. Ainda que pudéssemos fazer reuniões digitalmente, não fazíamos [e a pandemia nos obrigou]. Acho que estas coisas vão se acelerando e, no fim, se a vida das pessoas estiver ficando mais fácil e mais conveniente, daí o motor está girando para o lugar certo”, disse Carvalho.

Sobre ingressar no metaverso, André Nazaré disse que é preciso ponderar e que a Sky está observando e entendendo, até porque os investimentos são pesados. “Por outro, acho que muita coisa de realidade aumentada depende de expansão de baixa latência, da expansão 5G. Estamos no começo da onda, mas isso não impede a gente de explorar e de observar o que isso reflete no metaverso”, disse.

Entender como o consumidor virá a embarcar em todas as ondas e, efetivamente, usar o metaverso é outro ponto de atenção. “Temos de colocar uma lupa nessa junção entre metaverso, redes sociais, pois daí pode vir mais uma onda que vai gerar negócios e vai precisar de processamento, de dados em tempo real e temos de estar prontos para, não apenas fornecer isso, como fazer parte disso”, acrescentou o diretor de infraestrutura e operações de TI da Sky.

A Claro, disse Marcio Carvalho, dentro da campanha de 5G conta com uma estratégia de metaverso para a Copa do Mundo, da qual a telco é patrocinadora. “Vão poder olhar o campo, ter a visão dos estádios. É um exemplo pequeno de coisas que podemos fazer a partir do momento que se constrói a plataforma”, adiantou o diretor-executivo de marketing da Claro. Mas ele também ponderou que, apesar de todos os avanços em 5G, ainda não existe no mercado uma “aplicação matadora”. “Não estamos tão atrasados em 5G, temos ambiente bacana para desenvolver aplicações, mas a killer app não apareceu até agora. Não sabemos se será metaverso, cloud gaming.”




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