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5G habilita de telediagnóstico a melhoria no atendimento em agências bancárias

Executivos do Bradesco, InovaHC e Telecall contaram como a baixa latência e alta velocidade expandem casos de uso


Roberta Prescott 


O avanço das telecomunicações permitiu o desenvolvimento de projetos que vão desde melhorar o atendimento em uma agência bancária a telemedicina. Neste sentido, as empresas desenvolvem projetos que tiram proveito da alta velocidade e baixa latência do 5G. Durante o painel “Conectividade como solução para um melhor atendimento ao cliente”, no segundo dia do Telco Transformation Latam 2024, realizado no Rio de Janeiro, executivos do Bradesco, InovaHC e Telecall contaram o que têm feito com a nova tecnologia. 


São justamente conexões confiáveis que o Núcleo de Inovação Tecnológica do Hospital das Clínicas (InovaHC) busca para o projeto OpenCare 5G. “Estamos na fase de expansão e operação e precisamos de alguém para operar. Estamos na fase de seleção de quem vai operar as nossas redes. Preciso de empresas que sejam ágeis e que entendam as necessidades da medicina, pois temos diversos casos de uso”, adiantou Marcia Ogawa Matsubayashi, consultora sênior InovaHC.


Ao realizar diagnósticos por imagem remotamente — no caso, por ultrassom — o OpenCare 5G usa muita banda e precisa de personalização na oferta de serviços de telecomunicações. “O que falta do lado das operadoras é entender desde a nossa ótica”, apontou a especialista. 


O projeto piloto do OpenCare 5G, lançado em setembro de 2022, foi construído com base em rede privada de acesso de rádio aberto — Open RAN, tecnologia aberta, desagregada e que tem a intenção de acelerar a implantação do 5G a custos mais baixos do que o modelo tradicional utilizado na indústria de telecomunicações. Agora, o projeto entra em operação.


“Conduzimos sessões com médicos para entender os casos de uso que poderiam ser atendidos; e eles vão de teleconsulta a telecirurgia. Selecionamos o telediagnóstico, que é o meio do caminho e vai além da consulta, e escolhemos ultrassom que demanda banda e latência baixa, mas não tão baixa como telemedicina. Ainda assim, 4G não é capaz de atender. Com ultrassom, consigo dar assistência diagnóstica para vários casos de saúde”, detalhou a consultora.  


“Uma grande dificuldade é ter um modelo de negócios que seja escalável, porque 70% da população brasileira usa a saúde pública e mais de 40% das UBS não tem conectividade ou a conectividade que elas têm não possui a qualidade para atender ao projeto”, detalhou Marcia Ogawa Matsubayashi. O desafio de qualquer projeto de telemedicina é a conectividade.


A iniciativa do InovaHC visa à construção de uma rede privativa de 5G, que dá mais segurança e confiabilidade que o Wi-Fi — e também atende à necessidade de latência e segurança. 


O Bradesco teve uma estratégia corporativa para estar presente em 100% dos municípios do Brasil, o que gerou uma necessidade de contar com conectividade em diversas regiões do país, conforme contou Frank Moraes, superintendente executivo do Bradesco, responsável por cibersegurança e de redes.


“Se tivermos 5G em todos os lugares, podemos possibilitar casos de uso como, por exemplo, captar documentos com alta resolução e fazer análise automática com apoio de IA ou reduzir SLA de atendimento. Isso gera mais eficiência operacional”, explicou.


Para o futuro, o banco quer expandir o modelo com redes 5G, mas ainda precisa vencer dificuldades técnicas, como as de uma agência localizada no subsolo. “Vemos 5G com características de melhoria; do outro lado, a IA abrindo possibilidades de novos modelos de negócios e uma terceira via que é computação quântica. O Bradesco tem uma frente de computação quântica com IBM na qual estamos trabalhando cinco casos”, destacou o superintendente. 


Além disso, Frank Moraes frisou que cibersegurança tem de estar sempre na pauta. “As operadoras podem contribuir no cenário de cibersegurança, na expansão do 5G com IA, o que já é uma realidade. A junção destas tecnologias podem ter necessidades de segurança, que temos de trabalhar”, destacou.


Por parte da MVNO Telecall, Marcelo Duarte, diretor para atacado, MVNO e desenvolvimento de negócio, destacou que um desafio ainda está em vencer a expansão da cobertura. “32% das rodovias têm conectividade. Existem regiões próximas às grandes cidades que não têm a qualidade de serviço”, pontuou, completando que a telco busca atender regiões que hoje não são bem-atendidas e também a desenvolver projetos para lugares com grande aglomeração, como estádios de futebol. 

 

“Existe um mix de soluções que vai de Wi-Fi 6, a própria cobertura da MNO e mais uma rede privada que pode complementar e dar a máxima qualidade de serviço. Trabalhamos forte com os ISPs regionais que estão aprendendo o valor da rede de conectividade diferenciada”, apontou.


Para ele, MVNO entra justamente para o atendimento de nichos que não são atendidos e para demandas específicas que as grandes operadoras não cobrem.  





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