Painel com operadoras argentinas e fornecedores debateu as perspectivas do setor de telecomunicações e o potencial de 5G para o mercado da América Latina
Roberta Prescott
A situação atual, as perspectivas do setor de telecomunicações e o potencial de 5G para o mercado da América Latina foi tema do painel keynote nesta terça-feira (20/8), primeiro dia do Telco Transformation Latam 2024, realizado no Rio de Janeiro. “Eduardo Panciera, diretor de tecnologia e core na Telecom Argentina, e Juan Francisco Catalán, diretor de planejamento, engenharia e qualidade da rede para Argentina, Uruguai e Paraguai da Claro Argentina, deram um panorama do desenvolvimento de 5G por parte das operadoras, enquanto Tatiana Fonseca, vice-presidente de operações América Latina na Cirion Technologies; Melina Sanchez, diretora-comercial de telecom e Mídia da Minsait, e
Rogério Loripe, VP de negócios para Latam Sul da Ericsson, falaram desde a perspectiva de fornecedores.
Eduardo Panciera, da Telecom Argentina, avaliou que os clientes já sentem os benefícios do 5G, ainda que esteja no começo. “Eles veem evolução das capacidades e notam um aumento da capacidade em relação a 4G. Mas 5G traz mais que isso. Cremos que 5G é um ecossistema no qual a conectividade é essencial, mas nos traz mais oportunidades de criar soluções que sejam B2B2C”, disse Panciera, enfatizando que 5G é mais que conectividade, trazendo uma nova capacidade de desenvolver negócios.
Na mesma linha, Juan Francisco Catalán, da Claro Argentina, assinalou que a evolução de 5G vai permitir desenvolver novas soluções. Na Argentina, a operadora está começando com a evolução da rede. “Para nós, o desafio, agora, é seguir expandindo a rede 5G para permitir aos clientes começar a sentirem os benefícios da tecnologia e daí preparar a segmentação”, explicou.
Na opinião de Melina Sanchez, da Minsait, 5G é um caminho sem volta e traz inúmeras possibilidades. O desafio é como monetizar isso e gerar soluções de valor agregado para os clientes. “Encontrar estas soluções é o desafio. Tem de trabalhar em aplicações aproveitando a tecnologia e as telcos vão ser provedoras de soluções completas”, apontou Sanchez.
Os horizontes de 5G, na visão de Rogério Loripe, da Ericsson, passam pela banda larga móvel melhorada (enhanced mobile broadband), por FWA, por uma conectividade diferenciada, como as redes privativas, com slicing da rede garantindo SLA para os clientes, e pela transformação de 5G em uma plataforma aberta e com redes programáveis para conseguir usar todas as capacidades da rede 5G.
A visão de 5G para o mercado corporativo também foi compartilhada por Tatiana Fonseca, da Cirion Technologies. “No B2B você tem de atingir uma personalização escalável” resumiu, explicando que para isso é preciso contar com BSS e OSS bem ajustados. “Esse é o desafio das operadoras.”
Falando sobre IA, Eduardo Panciera assinalou que existe “um enorme potencial não só para telecomunicações, mas para qualquer indústria”. Ainda que tenha ganhado popularidade com a inteligência artificial generativa, a IA data de décadas atrás. “Usamos Usar IA para prever tráfego e fazer previsões. Em telco, estamos acostumados a automatizar”, explicou.
Para Melina Sanchez, a base é preparar profissionais para IA e conhecer os processos do cliente. “Tem de ter equipes multidisciplinares, especialistas em BSS e OSS, com um grupo diverso para potencializar a IA, que é muito boa e traz resultados”, justificou.
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