O uso de big data para gerar insights e soluções para clientes já é uma realidade para a Telefônica, que conta com uma unidade de negócio especializada em big data e inteligência artificial: a LUCA. “Fomos ao mercado, entendemos os problemas que os clientes tinham e identificamos o tipo de informação que seria valioso para a tomada de decisão”, explicou Daniela Aveiro, líder de ativação para América Latina da LUCA.
A unidade, que visa a acompanhar os clientes em sua jornada digital, lançou sua primeira solução de big data em 2013. Desde então, contabiliza casos de uso, inclusive, dentro da organização, com iniciativas para otimização de custos, maximização de receitas e redução de riscos e fraudes. “Não basta ter um grande data lake e cientistas de dados, se não tiver toda a estrutura pensando de forma diferente para ser empresa data driven. Por isto, foi implementada a plataforma Data Academy para capacitar a organização para pensar fora da caixa”, contou Aveiro, durante palestra no Telco Transformation Latam, evento da Conecta Latam realizado dias 18 e 19/09 no Rio de Janeiro.
Foram estruturadas ofertas com base em big data analytics e inteligência artificial (IA) para redução de risco e fraude, aumento da monetização e otimização dos custos. Um dos diferenciais, ressaltou a executiva, é a capacidade da telco coletar uma enorme quantidade de dados, anonimizá-los e agregá-los. “Assim, estamos sempre em conformidade legal e, acima de tudo, respeitando a privacidade dos nossos clientes. Isto é fundamental para a organização”, destacou a executiva.
Há soluções com insights agregados de mobilidade, que calcula quantas pessoas transitam entre dois pontos (matriz origem e destino) e o qual é perfil delas, voltada para o setor de transporte. O principal caso de uso desta oferta é apoiar o planejamento do setor de transportes públicos, consultorias privadas e planejamento de mobilidade, estimando a demanda e o perfil para determinados serviços.
A solução voltada para o setor de turismo oferece informações sobre origem, comportamento, tempo de permanência e volume de pessoas para que entidades turísticas possam ampliar sua oferta e aumentar a atração turística, além de estudar eventos pontuais para melhor rentabilização do negócio.
Para o varejo, a LUCA tem ferramenta que apoia a decisão de planos de expansão, rentabilização de pontos de venda e melhoria do atendimento, a partir de análise sobre o comportamento e o volume de visitantes, bem como sua área de influência. A solução auxilia também a estratégia de campanhas e amplia o conhecimento do perfil de conversão e de audiência, fornecendo informação sobre volume, frequência e recorrência que usuários passam por uma área estabelecida, como na frente de outdoors.
“Há ainda soluções transacionais que trazem benefícios não somente aos nossos clientes B2B com a mitigação de risco e fraude, mas para o consumidor final, que recebe ofertas personalizadas, que, até então, não tinham acesso ao mercado. Para estas soluções, é imprescindível a obtenção do consentimento do cliente do cliente da Telefônica”, ressaltou Aveiro.
Na palestra, a executiva enfatizou que a missão da Telefônica com a unidade LUCA é usar os dados como ativos, a capacidade e a experiência da telco para acompanhar os clientes no processo de transformação. “Também beneficiamos a sociedade com a aplicação de big data na iniciativa de BD4SG (big data for social goods), entendendo o comportamento e a mobilidade em situações de riscos, desastres naturais, qualidade do ar e até mesmo de impacto de epidemias”, disse. Para ela, ter uma empresa data driven, na qual toda a decisão é tomada com base em dados, não se trata somente de inovação, mas, sim de uma questão de sobrevivência no novo cenário que se desenha para todas as organizações, independentemente do setor ou de tamanho.
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