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Oi e Algar explicam processo de modernização e virtualização de suas redes


Qual é o caminho que as prestadoras de serviços de telecomunicações devem seguir ao partir para modernização e virtualização das redes? A questão foi debatida em painel no Telco Transformation Latam, evento da Conecta Latam realizado dias 18 e 19/09 no Rio de Janeiro, quando líderes da Oi e Algar Telecom deram detalhes de como as operadoras fizeram seus projetos de virtualização.

Na Oi, o processo de virtualização começou há três anos com objetivo de responder à constante evolução das tecnologias. Assim, foram formados grupos de trabalho para endereçar diferentes questões envolvendo a virtualização da rede, tais como arquitetura, planejamento, modelagem, características do datacenter, como se daria a implantação etc. “Estabelecemos um documento vivo, que está em constante evolução, tanto que, recentemente, fizemos atualizações com relação ao que seria a nossa arquitetura para modelos de telco datacenter híbridos e também toda a parte de interconexão dos datacenter”, contou Alberto Boaventura, gerente da Oi para estratégia, tecnologia e integração de serviços.


Todo o processo de estabelecimento de diretrizes se deu entre 2016 e 2017. Agora, a operadora segue em contínua execução com os projetos com a evolução do ecossistema para agregar outras habilidades como automação, controle fim a fim e cloud-native. A grande dificuldade, explicou Boaventura, é a integração das redes virtualizadas e para endereçá-la foram criados modelos.


Na Algar, a parte de NFV existia há alguns anos, mas de maneira não-estruturada, principalmente, para plataforma de serviços. Há dois anos, contudo, a telco começou a organizar e fazer plano estruturado para cloud, virtualização e telco datacenter. “Na Algar, temos áreas de telco cloud, cloud IT (OSS/BSS) e temos ambiente B2B, que atendemos clientes com soluções de datacenter. Queríamos orquestrar o plano com o máximo de sinergia nos três pilares: TI, telecom e mercado corporativo”, relatou Enock Cabral Almeida Vieira, gerente de planejamento de tecnologia da operadora com sede em Minas Gerais. A Algar está em fase de execução.


Vieira contou que o caminho mais natural para a virtualização foi a plataforma de serviço de valor agregado (SVAs, na sigla em inglês), devido à sinergia com a parte de TI, e a mais difícil foi quando desceu para a camada de transporte. “O desafio foi calibrar o hardware ideal para a aplicação. Passamos pela curva de aprendizado, fizemos ensaios com elementos virtualizados e a PoC levou um tempo além do que esperávamos.”


Com telecom se aproximando cada vez mais da TI, tanto Alberto Boaventura quanto Enock Cabral Almeida Vieira ressaltaram a necessidade de contar com um time especializado. A Oi tem programa de trainee que contribui para a “oxigenação” das equipes e a Algar tem um projeto, em conjunto com a área de recursos humanos, para buscar profissionais com as competências necessárias para levar a cabo a transformação na telco. “Em 5G, tudo é API e mais parecido com TI; é um modelo diferente do tradicional, então, é preciso introduzir skills de TI para o pessoal de telecom”, disse Vieira, acrescentando que a universidade corporativa da telco tem apoiado nesta formação.


Falando sobre as mudanças introduzidas com 5G, Boaventura destacou três fatores críticos de sucesso: infraestrutura (espectro de radiofrequência, densificação de ERBs, entre outrso), virtualização (com necessidade de qualificação técnica e evolução do corpo técnico) e inovação (para criação de ecossistemas). “5G abre possibilidade para outros modelos de criação de aplicações baseadas em APIs abertas; aplicações que podem usar a infraestrutura virtualizada, de baixa latência e toda a parte de compartilhamento no modelo não apenas para B2B e B2B como também para B2B2C”, explicou.


“Vemos incertas ainda do que vem do leilão, mas tecnicamente entendemos que, para 5G acontecer, vai ter de ter automação para ter network slicing. Orquestração e SDN têm de acontecer. E o momento de a gente aprender é agora; 5G vem acelerar a jornada nossa de virtualização das funções de rede”, acrescentou Enock Vieira.


A virtualização se mostra como o caminho necessário para que as telcos serviços cada vez mais digitais e automáticos, com economia de espaço físico e de energia e maior automatização.


por Roberta Prescott




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